Tudo Sempre Igual

Hoje, como sempre, chove. Mais uma semana começando. Mais uma semana indo pra selva que insistem em chamar de escola. Aqueles corredores largos, gelados e sombrios, com luminárias que parecem ter saído diretamente de um hospital. É uma escola ou uma prisão? E os professores, com aquelas roupas esquisitas e mal arrumadas, são fontes para um bom roteiro de filme de terror.

Entro na sala. Minha carteira fica na quinta fileira e isso significa duas coisas: a primeira é que os professores me consideram uma aluna inteligente e por isso não precisam me manter na fileira da frente, ao alcance de seus olhos (como se isso mudasse o comportamento de alguém); e a segunda é que eu posso controlar tudo o que acontece na sala. Meus olhos alcançam todos. Vejo os meninos que só falam de futebol, os nerds, as meninas que só falam de revistas de moda (mas nunca terão dinheiro para comprar nada que está ali), um asiático, um menino que só vai de boné... Um ajuntamento de pessoas, que nem sei se posso chamar de “turma”.

E assim se vai metade da minha vida